O banco da praça

Há um banco de madeira na praça da minha cidade onde gosto de me sentar.

Não é bonito nem confortável, mas guarda histórias que só quem lá passa consegue ouvir.

Ali já vi crianças a correr, idosos a conversar, casais a discutir e até turistas perdidos a olhar para o mapa.

É um banco que testemunha vidas, sem nunca sair do lugar.

Naquele banco aprendi a observar.

Descobri que o silêncio das pessoas diz tanto quanto as palavras.

Que os gestos pequenos — um sorriso, um aceno, um olhar demorado — podem mudar o dia de alguém.

E percebi que, por vezes, basta estar presente para fazer parte de uma narrativa maior.

Hoje, sempre que me sento ali, sinto que também deixo um pedaço da minha história.

Talvez um dia alguém se lembre de mim como “a mulher que escrevia no banco da praça”.

E isso, para mim, já é suficiente.

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